domingo, 30 de maio de 2010

Poesia : A rua, seus donos e a miséria

Pelas ruas vago a esmo
Solitário em busca do nada
Em farrapos becos me escondo
Desviando dos sentimentos ruins
E busco no vazio do hoje
A culpa para os tormentos de outrora.

Chuva,frio e neve...
Semelhantes em constantes desventuras
Pares que me cercam em buscam de calor
Nem de longe lembram uma sociedade:
Uns se abrigam,outros apenas se destroem
Vida dura,quase amarga,assim sem valor.


O abrigo - o túnel úmido e gelado
A cama  - o duro frio da laje de baixo
O teto  -  o cordão da noite sem luar
A companhia  -  o silêncio da madrugada
O amanhã  -  sempre incerto e desconhecido
A certeza  -  um futuro sofrido e amargurado.


Perda...
Tristeza...
Sofrimento...
Loucura...
O fim...

Por : Raimundo Antonio

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